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Jornal de Beja

2022/11/28

Alentejo: Prisão preventiva para 31 elementos da rede de tráfico de seres humanos

Concelho

O juiz Carlos Alexandre decretou a medida de coação de prisão preventiva para 31 dos elementos da rede de tráfico de seres humanos, desmantelada esta semana pela Polícia Judiciária no Alentejo. Três eram encarregados de explorações agrícolas e herdades que receberiam comissões.

O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal ainda decidiu que quatro arguidos irão aguardar o desenvolvimento do processo com a medida de coação de apresentações diárias e proibição de contactar os outros arguidos.

Oito dos arguidos, quatro portugueses, os três encarregados das explorações e a solicitadora, vão ser sujeitos a um relatório social por parte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) tendente a perceber se há condições para a aplicação da medida de coação de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica (OPHVE).

As vítimas são cerca de meio milhar de imigrantes africanas, asiáticas e europeias exploradas na agricultura nos concelhos de Cuba, Beja, Serpa e Ferreira do Alentejo. A maioria dos imigrantes era aliciada nos seus países de origem, nomeadamente Roménia, Moldávia, Índia, Senegal, Paquistão, Marrocos e a Argélia. Eram- -lhes prometidos bons salários e condições de vida. Mas, quando chegavam a Portugal, eram colocados a trabalhar na agricultura “de sol a sol” e grande parte do salário era retido pela rede, que se justificava com a necessidade de custear viagens desde os países de origem, alojamento e logística diária.

Foram detidas 35 pessoas e entre elas estavam três encarregados de explorações agrícolas e herdades. Os funcionários, com responsabilidades nas respetivas empresas, são suspeitos de receber luvas dos líderes do grupo criminoso.

Em troca, davam-lhes mão-de-obra “escravizada”, além de fechar os olhos sobre ausências de contrato de trabalho, seguros e outros direitos laborais negados aos imigrantes. São três homens, de 35, 40 e 46 anos, todos residentes em Beja, que convenciam os seus patrões a empregar preferencialmente os “empregados” fornecidos pela rede de tráfico de seres humanos.

Segundo o Lidador Notícias (LN) apurou, a investigação da PJ apurou que estes três encarregados também avisavam os exploradores de imigrantes quando apareciam inspeções das autoridades. Assim, as vítimas de exploração laboral que não tivessem contrato não iam para explorações agrícolas alvo dessas investigações.

 

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