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Jornal de Beja

2023/03/20

Depois das palavras de D. João Marcos, coordenadora da PES da Diocese de Beja demitiu-se

Concelho

Justificando a “falta de ânimo para representar o Bispo de Beja”, depois das palavras de D. João Marcos no passado dia 7 de março, sobre os abusos sexuais na igreja, demitiu-se a coordenadora da equipa da Pastoral do Ensino Superior da Diocese de Beja (PES-BEJA) e também representante junto do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior.

 

Na página da PES-BEJA foi publicado um comunicado de Sameiro Pedro, professora adjunta do Instituto Politécnico de Beja, que cessou também funções na equipa nomeada para preparar e acompanhar a fase diocesana do Sínodo dos Bispos 2021-2024, onde começa por justificar a sua saída com uma lacónica frase: “sou cristã católica e catequista com adultos”.

 

A demissionária acrescenta que “não consigo identificar-me com um qualquer exercício do poder clerical em igreja, sobretudo em dissonância com o Magistério do Santo Padre”, justificando que não os acontecimentos verificados na igreja no decurso do corrente mês “e ainda mais as omissões deliberadas, em que participaram do poder eclesiástico em Portugal, têm-me deixado muito triste e indignada”, rematou.

 

Numa clara alusão às palavras do Bispo de Beja que defendeu que os padres abusadores deveriam ser perdoados, Sameiro Pedro que tinha sido nomeada para aquelas funções por D. João Marcos, por um período de 3 anos em 4 de outubro de 2021, não poupou nas palavras: “a minha consciência católica não me permite continuar a representá-lo. Não há lugar para o silêncio e para a passividade”, acrescentando que vai continuar a caminhar na igreja, mas “sempre em comunhão com o Papa Francisco”, concluiu.

 

Na passada quarta-feira a Diocese de Beja emitiu um comunicado onde assumiu a existência de nove casos de abusos, justificando que no dia 3 de março, recebeu uma lista da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, “onde esta sinalizava a existência de cinco casos, quatro sacerdotes e um leigo. Os agora denunciados já morreram”, acrescentando que os casos que envolvem terão ocorrido entre 1963 e 1980.

 

No comunicado é ainda referido que dos arquivos da Diocese “constam quatro casos, denunciados entre os anos 2001 e 2020. Todos mereceram o devido encaminhamento, tanto civil como canónico”, justificando o Bispo de Beja que “os referidos processos tiveram distintos desfechos resultando em arquivamento, absolvição e um aguarda ainda sentença judicial”, concluiu.

 

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