A diocese de Beja foi uma das duas, a outra foi Setúbal, foram as únicas dioceses portuguesas que não responderam aos pedidos de colaboração da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja.
Em Beja, onde foram relatadas cinco situações de abuso, o bispo D. João Marcos, de acordo com o relatório da comissão, ignorou os contactos. “Um bispo (Beja) e um administrador diocesano (Setúbal) nunca responderam às chamadas da Comissão”, refere o documento final, de quase 500 páginas, entregue à CEP.
Pedro Strecht, coordenador da comissão, afirma que as dificuldades começaram a revelar-se aqui. “Quatro deles responderam nas primeiras 36 horas, mostrando-se inteiramente disponíveis e sugerindo datas para a reunião”, disse Strech. “Outros quatro, certamente apreensivos com o tópico relativo ao acesso aos arquivos históricos, responderam que reservariam a sua resposta sobre esse ponto para depois de uma reunião do Conselho Permanente da CEP dali a cerca de três semanas ‘com alguém dessa Comissão'”.
“Chegou-nos, ainda, ‘feedback’ negativo pelo modo informal como o convite fora feito aos bispos: contacto direto com cada um deles, por email, assinado por um coletivo (Comissão Independente) e propondo um contacto via Zoom”, refere o relatório.