O facto do indivíduo deter tão grande quantidade da YABA, uma droga fabricada no sudeste e leste da Ásia, foi visto pelas autoridades como uma consequência da existência de uma grande comunidade daquele continente naquele município alentejano, representada por milhares de cidadãos do Nepal, Índia, Tailândia e Bangladesh.
Para além do estupefaciente, foram confiscados 663,07 euros em numerário, uma arma branca, duas balanças de precisão, 109 sacos de blister para embalar os comprimidos e outros artigos utilizados no tráfico do estupefaciente, um cachimbo de vidro, doze isqueiros e a viatura onde se fazia transportar, não possuindo habilitação legal para o fazer.
“O suspeito era movido por um intuito lucrativo na cedência de substâncias narcóticas”, refere o Ministério Público (MP) de Odemira no despacho de acusação, ainda que o arguido “contatava compatriotas para trazerem por via aérea as metanfetaminas da Tailândia para Portugal, para de seguida ir vender em Odemira e localidades limítrofes”, justifica o MP.
Numa conversa através das redes sociais entre o arguido e uma cidadã tailandesa, aquele escreveu que se fizesse o transporte ia “ficar rica”, acrescentando que “precisas fazer isto para pagar dívidas”, rematando que “quando chegares ao aeroporto português significa que tens sorte”, resumiu.
O indivíduo encontrava-se em Portugal desde 5 de novembro de 2019, com uma autorização de residência que era válida até 30 de junho de 2022 e o único rendimento legal conhecido era datado de agosto de 2020.
Em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja, o cidadão tailandês está acusado dos crimes de tráfico e outras atividades ilícitas e de condução de veículo sem habilitação legal, pedindo MP que seja aplicada ao arguido a pena acessória de expulsão território nacional. O julgamento, perante um Coletivo de Juízes, está marcado para meados do corrente mês de janeiro no Tribunal de Beja.